terça-feira, 17 de abril de 2007

Outro


deixa-me encontrar-te
deixa-nos ser encontrados


a voz do mar não é a tua, meu amor
parece-me que a ouvi longe do teu corpo
tu eras tu como sempre e em cada retorno
eu não era e no momento fui a miragem
o somatório foi uma mútua ausência
enquanto as marés nos falavam
de tantas partidas


de parede em espelho em parede
vences-me à luz do dia


invades-me
as palavras são a noite dos teus beijos


e no teu olhar julguei descobrir o mundo
vi num copo de cristal a nossa sorte
o brinde não foi a nossa matéria ao longo do cetim


ouvia-se outra voz quando me falavas de amor

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